Bem-vindos, espectadores de um belo céu estrelado!
Hoje, nossa estrela cadente é um tópico muito interessante e importante: Mentalidade.
Recentemente, muitas coisas têm passado pela minha cabeça (cadê a novidade?) e talvez em meio a tudo isso eu tenha começado a entender como viver a vida de uma forma mais leve e saudável mentalmente. Então, eu adoraria compartilhar minhas novas perspectivas com vocês.
Talvez as coisas que eu diga nessa newsletter seja a coisa mais óbvia do mundo para você… ou talvez não! Mas quero deixar claro que o que eu vou compartilhar aqui é em sua grande maioria, minha opinião e coisas que eu aprendi ao longo do caminho — que foi bem curto, por sinal.
Isso é puramente meu desejo de compartilhar opiniões — não a verdade absoluta.
Quando a Mente se Torna um Obstáculo.
‘’A opinião que você adota a respeito de si mesmo afeta profundamente a maneira pela qual você leva sua vida.’’
Mindset: A Psicologia do Sucesso.
A mentalidade é algo fundamental, ela tem o poder de mover nossas vidas de diversas maneiras — sejam elas positivas ou negativas. É através da mentalidade que conseguimos nos orientar pelos caminhos da vida e lidar com as adversidades dessa estrada.
As influências ao nosso redor — lugares, pessoas, redes sociais — muitas vezes são determinantes na formação da nossa mentalidade e se ela será mais positiva ou negativa.
A forma como pensamos, como lidamos com os nossos sentimentos, o jeito que tratamos as pessoas e a nós mesmos, a forma como enxergamos o mundo, tudo isso está diretamente ligado à nossa mentalidade.
Voltando um pouco no passado — quatro anos atrás, nos anos da pandemia — eu consigo perceber o quanto minha mentalidade foi prejudicada. Claro, eu era uma criança e nem sabia que esse conceito existia. Mas isso não importa, porque a mentalidade de alguém é formada desde cedo, na infância ou até mesmo nos primeiros meses, a partir do que nos ensinam (ou deixam de ensinar) sobre como lidar com as adversidades, resolver problemas e tratar as pessoas.
Desde cedo, somos constantemente influenciados pelas coisas ao nosso redor.
O que quero dizer é que aquele foi um período muito difícil para mim. Eu me sentia extremamente solitária — não tinha nenhum amigo da minha idade para conversar, estava enjaulada com adultos, num ambiente não muito acolhedor, cercada de pessoas que provavelmente estavam tão mal mentalmente quanto eu.
Logo, minha mentalidade se tornou algo completamente negativo em minha vida. Acabei me tornando uma pessoa ansiosa, que só conseguia pensar na própria dor — até um pouco vitimista — e que tinha medo de muitas coisas. Tentar fazer algo sozinha? Nem pensar. Comunicar meus sentimentos? Pior ainda. Tirava uma nota baixa na prova? Por que não me enterraram logo e escreviam na minha sepultura: Aqui jaz uma garota triste.
Eu me tornei alguém que odiava a si mesma e ao mundo ao redor. Meus dias, muitas vezes, eram atormentados pela ansiedade. Mas ansiedade de quê?
“Você era uma criança”, podem dizer vocês. E eu respondo: ansiedade de absolutamente tudo.
Eu odiava a ansiedade das provas escolares, porque a nota que eu tirasse não definiria apenas se eu era burra ou preguiçosa demais para estudar o suficiente. Também determinava a forma como eu seria tratada. A forma que eu me sentiria tratada.
‘‘Tirou 4 em matemática? Que horror! Você não é assim, precisa melhorar.’’
Claro que eu sabia disso. Mas alguém já me ensinou como melhorar? Ou, melhor ainda, alguém já me disse que não importa a nota que eu tiro, e sim o que eu faço a seguir, além de chorar por me sentir um lixo?
Eu não consigo me lembrar.
Meus pais não foram mais do que bondosos, eles fizeram o que tinham que fazer em seus papeis, o que podiam e o que sabiam, eu reconheço. Mas eu estava tão consumida pela negatividade, que acabei me tornando sensível da pior maneira possível. Não conseguindo enxergar através da minha própria dor.
E é sobre isso que desejo falar em primeiro lugar. Quando nossa própria mente, nossas próprias mentalidades se tornam um obstáculo em nossas vidas. A mentalidade mais negativa do que positiva.
Ela é aquela que se infiltra no nosso sangue, chega ao cérebro com ideias estúpidas e bombeia no nosso coração de forma opressiva, fazendo-o apertar.
Aquela que nos faz acreditar que somos pessoas ruins, sem conserto.
Aquela que nos faz acreditar que a nota de uma prova nos define.
Aquela que nos faz sentir ansiedade a cada minuto.
Aquela que acredita que cada errinho é um passo mais longe da perfeição e mais perto do abismo.
Aquela que nos compara com cada amiga e decide que somos a mais feia entre elas, a menos interessante.
Aquela que nos faz acreditar que todos os problemas são o fim — e que eles não têm solução.
Aquela que aperta o peito, embrulha o estômago e nos impede de crescer. Nos impede de ser de forma plena. Nos impede de viver de forma leve, feliz e saudável.
Mindset.
Recentemente, eu li o famoso livro Mindset: A nova psicologia do sucesso, cujo título significa “mentalidade” na tradução literal. Confesso que não terminei o livro, mas quero deixar aqui meus profundos elogios — os primeiros capítulos foram muito envolventes.
O livro aborda exatamente esse assunto. Nele, nossa querida Carol S. Dweck nomeia a questão de outra forma: mindset fixo e mindset de crescimento.
O mindset fixo pode ser comparado com a mentalidade negativa. O livro explica que, aqueles que possuem esse tipo de mentalidade sentem a necessidade constante de provar que são bons, acreditando, internamente, que suas qualidades são imutáveis — assim como seu nível de inteligência, personalidade ou caráter.
Essas pessoas apresentam, como característica, pensamentos bastante limitantes, como:
“Será que terei sucesso ou fracassar?”
“Sou um fracasso total.”
“Minha vida é lamentável.”
“Ninguém gosta de mim. Todos me odeiam.”
Eu tirei esses exemplos maravilhosos do livro — e existem muitos outros. Você se identifica com algum deles? Espero que não.
Essa é a mentalidade que a grande maioria das pessoas adota, muitas vezes sem nem perceber. E é ela que pode fazer você odiar a vida e tudo que vem com ela. Essa mentalidade será uma das principais responsáveis pelos seus dias de estresse, ansiedade, desesperança e tristeza.
E você pode pensar: Mas existe uma forma de mudar?
E eu respondo — É claro que sim.
Uma Vida Mais Leve.
Como eu disse anteriormente, muitas coisas tem se passado na minha cabeça. O que acontece é que eu estou a um bom tempo tentando viver uma vida boa. Eu meio que cansei de muitas coisas. E, antes que eu percebesse, já havia começado a aderir não só à mentalidade de crescimento abordada no livro — antes mesmo de conhecê-lo — mas também a uma nova forma de pensar que me permitiu viver de maneira mais tranquila.
Agora, tirar uma nota baixa numa prova já não é mais sinônimo de falta de inteligência ou de estar fadada ao fracasso. Significava que eu ainda podia aprender mais — aprender com os meus erros.
Eu sei, eu sei. Alguém provavelmente já te disse essa frase: Devemos aprender com nossos erros!
Mas agora posso até dizer que aprender com meus erros se tornou gratificante.
Comecei a me apaixonar pela ideia de que eu poderia aprender. Aprender mais, aprender sem limites.
E o mindset de crescimento é isso: acreditar que podemos melhorar, ver os desafios como oportunidades para evoluir. Ficar diante dos dilemas da vida e pensar: “O que será que posso aprender com isso?”
Por exemplo, recentemente meu celular quebrou completamente. Minha mãe, obviamente, ficou muito brava e chateada. Mas naquele momento, olhando para aquela tela rachada e escura, eu não consegui pensar em outra coisa além das mil coisas que eu finalmente poderia fazer sem aquela distração ambulante em minhas mãos ou bolsos — ler livros, ver filmes, estudar assuntos que realmente me interessam, não sentir tanta ansiedade no caminho por checar a hora a cada dois minutos. Aproveitar a refeição à mesa sem ter medo de o celular cair das minhas pernas. Não ouvir mais aquele alarme irritante que me dava ansiedade nos primeiros minutos do dia. Eu posso dizer que fui até atingida por uma sensação de alívio.
O que quero dizer é que, se eu ainda tivesse uma mentalidade negativa, eu provavelmente choraria por todos os “benefícios” perdidos. Mas agora, eu não consigo deixar de sorrir. Aquele ‘‘problema’’, me abriu um mar de possibilidades e oportunidades. Claro, eu já não posso me comunicar com minha melhor amiga todos os dias (sinto sua falta, linda) e nem ler a hora que eu desejar, ou bater fotos de todas as coisas que eu me maravilhar. Mas essas coisas eventualmente vão voltar e eu usarei esse meio tempo para me desenvolver, ser mais livre.
E isso é libertador, porque os problemas já não se tornam mais fonte de tanta tristeza. É claro que adotar esse tipo de pensamento não me tornou uma pessoa 100% feliz. Eu ainda choro de frustração e sofro de ansiedade. Mas não é sempre. E é isso que torna a vida melhor: o equilíbrio.
Obviamente, esse exemplo não se aplica a todas as realidades — e eu sei bem disso. Tenho consciência que nem todos têm a oportunidade ou tempo para aprender e sentir gratificação nesse processo.
Mas não foi apenas isso que eu mudei na minha mentalidade. Pequenas coisas fazem a diferença e elas mudaram o eixo da minha vida.
Então, eu trouxe uma lista para vocês. De coisas que eu faço para deixar minha cabecinha melhor e minha vida mais leve.
Autoconsciência
Quando foi a última vez que você sentiu o gosto da sua comida? A última vez que sentiu o vento ou o sol bater em sua pele e prestou atenção na sensação? ou como são as risadas das pessoas próximas a você? Como é o abraço da sua mãe? Quando foi a última vez que você se permitiu observar, ouvir e sentir?
Ter momentos de autoconsciência é muito importante — e confesso que se tornaram meus favoritos. São esses momentos que nos mantêm conectados com o presente e podem nos fazer perceber que não importa oque aconteça, ainda estamos vivos e que nada é realmente pra sempre. Nesse momento eu percebo que nada importa muito de verdade e isso me deixa aliviada.
Sentir prazer no processo e abraçar os erros.
Muitos de nós buscamos a perfeição logo de cara. Nos estudos, nos esportes, em relacionamentos. Mas qual seria a graça de tudo isso se não pudéssemos aproveitar o processo? Eu entendo que isso pode vir da pressão feita pela sociedade, dos nossos pais ou da própria autocobrança. Mas se você percebe que isso está prejudicando a sua saúde mental, por que não parar?
Abraçar os meus erros realmente me ajudou a ter menos ansiedade, principalmente no acadêmico. Eu não choro mais por tirar uma nota baixa. É claro que abraçar não significa aceitar. Eu procuro aprender com meus erros, vejo eles como oportunidade de evoluir.
Sobre sentir prazer no processo, sabemos que não vamos ficar bons da noite para o dia, então para que ficar emburrado com isso?
Fazer isso significa reconhecer e apreciar as vitórias — mesmo que pequenas.
Eu mesmo tenho dificuldade nessa mentalidade. Recentemente, eu entrei para o vôlei, um esporte que eu queria fazer há muito tempo. Mas são apenas dois dias na semana e eu não tenho uma bola para treinar, então o processo para me tornar boa nisso vai ser lento.
No início consegui aplicar uma mentalidade positiva e não ficar me comparando com as pessoas já eram muito boas. Até que chegou o meu primeiro jogo e eu me senti tão inútil e desinformada que acabei faltando os dois treinos seguidos.
Até que eu voltei e decidi que continuaria aprendendo. E adivinha, pela primeira vez consegui fazer um bom ataque (atravessou a rede e fez barulho rs).
Nem sempre será perfeito, mas não devemos desistir.
Não me estressar com o que não posso controlar.
Ficarmos magoados, tristes ou com raiva de coisas que não podemos controlar torna muitas vezes a nossa vida mais difícil, então porque se importar? As atitudes das pessoas (estou me referindo mais para desconhecidos) as coisas de ruim que acontecem não fazem parte das coisas que podemos controlar.
O que podemos controlar é apenas nós mesmos e como decidimos reagir a essas coisas.
Obviamente, não estou dizendo que você não pode sentir emoções. Eu faço isso para coisas gerais e cotidianas da vida. Ou seja, não faz sentido gastar energia e felicidade desnecessária. Mas isso não me impede de sentir emoções ruins.
O que eu quero dizer é que mesmo que eu senti algo negativo em relação a situações da vida, eu escolho não focar toda a minha atenção nisso e sigo em frente.
Fazer isso me permitiu viver mais plenamente e levemente.
A mudaça de mentalidade é mais que uma escolha, é um processo, um processo que não sera perfeito. Haveram momentos que não vamos conseguir ter a mentalidade mais positiva. Mas oque importa é fazer a escolha de tentar e não desistir.
Uau, vc literalmente escreveu minha vida nessa publicação, e eu também reconheci que preciso mudar e estou nesse processo de viver de forma mais leve e parar de ser negativa comigo mesmo. Isso que você disse é muito importante, nós realmente não podemos controlar fatores externos, então, pq se preocupar com eles?
Uma frase que li recentemente e mexeu muito comigo foi do filósofo Michel de Montaige "Minha vida esteve cheia de terríveis desgraças, a maioria das quais nunca aconteceu" essa frase sempre me puxa para o presente.